Minha Avó

Título: Minha Avó
Autor: Paulo de Freitas Mendonça

Já tinha cabelos brancos
Mas talvez não fossem tantos;
Nos olhos continuam encantos
Que é o dom que sempre tivestes
Não mudastes tuas vestes
Continuas do mesmo jeito
E eu me sinto satisfeito
Por ser seu neto, vovó
E jamais me sinto só
Quando tu estás comigo
Pois sou tua continuação
E serei sempre teu amigo.

Lembro as tardes domingueiras
Quando ia visitar-te
Para abraçar-te e beijar-te
E ouvir teus conselhos.
Lembro quando cobria os espelhos
Nos dias de temporal.
As estórias, superstições e crendices
Alegraram minha meninice
Hoje estou agradecido
Pela tua mão santa
De tanto me acariciar,
E até hoje tua voz canta
E há de sempre cantar
Na minha mente
Me deixando mui contente
Com aquela canção de ninar.

Lembro as noites que eu ia
Para fazer-te companhia
A ti e ao querido vô
Que nosso Patrão levou
Para a querência eterna,
E que paixão fraterna
Vocês dois sempre tiveram
Se entendiam até por senha,
Que Deus o tenha
Ao seu lado e abençoando
Enquanto nós vamos rezando
Pela sua alma boa.
Sua voz ainda ressoa
Em mim, sua continuação,
Vou pedindo-lhe a bênção
Pois sei que ele me abençoa.

Quando eu ia para escola
Saindo de tua casa
Tu me davas os biscoitos
Assados ao calor das brasas
Que eram obras de arte,
Esculpidas em massa
As pombas rolas
Frisando até o detalhe das asas.
Em mim transbordava alegria
Pois era uma perfeição
Mas os olhos eu não comia
Pois eram grãos de feijão.

Eu me sinto lisonjeado
Ao falar em ti, vovó
Na garganta me dá um nó
De tanta satisfação
Tu és minha educação
Eu sou teu sangue, tua trilha
Sou semente de minha mãe
Que se orgulha de ser tua filha.

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