Meu Pago

Título: Meu Pago
Autor: Paulo de Freitas Mendonça

O meu pago é bueno e lindo
E o sol que ao longe brilha
Por riba de uma coxilha
Onde pasta uma potrada,
Fazendo com sentimentos
E suor sua jornada.

As matas são monumentos
Onde pássaros contentes
Respiram a sua essência,
Os pastos, pelego verde
Onde o gado se defenda
Embelezando a querência.

E os rios que correm soltos
São cicatrizes na terra,
As águas, lágrimas de guerra
Que as canhadas já sofreram
Cumprindo o longo destino
De teatinos que morreram.

Óh meu Rio Grande do Sul
Tu és beleza plenamente,
Teu dourado se resvala
Nas coxilhas tão longínquas
Enquanto o sol se esconde
Entre cerros ao poente.

E entra a noite bem faceira
Neste Rincão de gaudérios,
Então começam mistérios
Nas noites cheias de orvalho
E o frio que exige agasalho
Ao peão que foi à taberna.

E a lua deste pago
É como presilha de prata,
Às vezes meio sensata,
Alegre e encabulada,
Tornando nuvens douradas
Com o clarear das estrelas;
É o reflexo de beleza,
Pois formosura não falta.

A madrugada é lindaça
Indicando o novo dia,
Tenho certeza, dizia
Simão Pedro, o capataz:
Neste Rincão tu verás
Aconchego e beleza,
Haverá fartura na mesa
E um povo forte e audaz.

E assim se cumpriu o dito
Com grande aproveitamento,
Guascas criados ao relento
Cultivaram com firmeza
Entre cantares e proezas
Fizeram deste Rincão
O caleiro do Brasil
E a mais forte Tradição.

As tradições e crendices
Neste Pago nunca morrem,
São os Boitatás que correm
Nas coxilhas pelas noites
E gaúchos que honram a tradição
Dão assim continuação
De nossa cultura
Muito além doa horizontes.

Revivemos com alegria
O nosso forte passado,
Pois temos sangue bem cuera,
Somos o que o Rio Grande espera
E com certeza falaremos
Com voz unida e bem forte,
Por mais que haja morte
Este Pago jamais será tapera.

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