Nativismo e Alma

Título: Nativismo e Alma
Autor: Paulo de Freitas Mendonça

O sentimento nativista
É sangue, raça e alegria,
É amor e honraria
Que sentimos pelo chão,
Costumes, bom chimarrão,
Tertúlia com pajadores,
Poesia e fogo de chão,
Formando a grande essência,
Expressando com louvores
O amor pela Querência.

A pampa não tem fronteiras,
Quero-quero há dos dois lados
Com o seu mesmo cantar,
Sem idiomas diferentes.
O rio Uruguai tem duas barrancas
Mas águas de uma só nascente
E o amor pela terra natal
Em qualquer lugar existe:
No Rio Grande, Uruguai,
Argentina ou Paraguai,
Há Gaúcho ou el Gaucho,
O homem que canta triste.

O nativismo abrange o peito
E o sangue resplandece,
Pois uma pilcha merece
Um gaúcho que a honre
Para sempre, em toda a vida
E lhe dê guarida,
Podendo defendê-la
Se preciso for, nas coxilhas
Como fizeram nossos antepassados
Os heróicos farroupilhas.

Não vivemos por acaso,
Nós temos nossas raízes;
Imigrantes de tantos países
Se mesclaram ao indígena
Por uma única insígnia:
Viver amando esta Terra,
Enfrentar se preciso a guerra,
Mas preservar a liberdade,
Afinal, somos um pago
De afago e hospitalidade.

E se vos falo de Pampa
É o sentimento de Pátria
Que paira em minh'alma.
O nativismo nos traz calma,
Pois nos deu liberdade,
E num compasso pachola,
De gaita e viola
Nos é contada a história,
Cheia de glórias,
Angústias e ansiedades.

Eu tenho o sangue trançado
E honro minhas raízes:
Português, Espanhol e Índio
Marcados de cicatrizes
Que o tempo deixou com a história
De meus avós trago glórias
De outra era no Rio Grande
Em que agüentaram o repuxo,
E a minha raça se expande,
Me orgulho de ser gaúcho.

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