Título: Bugio da Palmeira
Autor: Pompeo de Mattos
O bugio que nasceu lá na serra
Que ganhou fama e se foi mundo a fora
A cavalo no vento, foi cortando o
tempo de espora.
Se extraviou e se foi p'ra fronteira
Andava a procura de uma companheira
E por lá fez verso, cantou e ganhou asa
E no caminho de volta p'ra casa
Fez parada aqui na palmeira.
Já chegou afamado e fazendo folia
Invadiu o galpão e subiu prateleira
Comeu, revirou e fez bebedeira
Trancou o pé, roncou grosso e puxou
do facão.
Se achava cheio de razão
Dizendo ser neto do "Warzumiro"
Arrancou do revólver, encheu tudo de
tiro.
Só p'ra matar a saudade do pé-no-chão.
Veja que bicho curioso
Teimoso valente e peleador
Este senhor, bugio que tem nome
Que tem fome de paz de justiça e é
trincheira.
Que faz brincadeira e parece com a
gente.
Que é semente, que é cepa e raiz
Hoje todo povo diz..."Este é o bugio
da Palmeira"
Depois de mostrar a que veio
O bugio se acalmou e falou a
verdade.
Disse estar com muita saudade
Do carijo e da erva da boa
Do barbaquá e do canto que ecoa
Das poesias de cada festival
E do jeito da vida bagual
Da Palmeira que canta peleia e
caçoa.
Hoje o bugio lá da serra
Fez querência nos pagos daqui
Canta e encanta num canto p'ra ti
Não peleia não briga não faz
estripulia
É valente sem mostrar valentia
Só uma coisa o bugio não tem jeito.
Não perdeu a mania não mudou
conceito.
Ele continua louco por guria.
Bugio da Palmeira
Marcadores: Pompeo de MattosPostado por BTT às 17:59
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